MIT Hacking Medicine desembarca no Brasil, pela primeira vez, com foco em doenças silenciosas
17/07/2025
Pela primeira vez, o MIT Hacking Medicine – iniciativa do Massachusetts Institute of Technology (MIT) – será realizado no Brasil. De 5 a 7 de setembro, o Einstein Hospital Israelita, por meio da Eretz.bio, sediará este hackathon global, reunindo profissionais e estudantes das áreas de saúde, tecnologia, negócios e design para uma experiência transformadora de três dias.
O formato é imersivo e prático: os participantes formarão equipes multidisciplinares e trabalharão de forma colaborativa para desenvolver soluções inovadoras em saúde. A edição deste ano terá como foco dois desafios críticos e muitas vezes negligenciados: a inflamação crônica como fator de risco cardiovascular e a MASH (esteato-hepatite associada à disfunção metabólica), uma doença hepática silenciosa – fortemente associada à obesidade e ao diabetes.
Uma metodologia global comprovada
O MIT Hacking Medicine já impactou mais de 30 países, impulsionando a criação de mais de 50 startups e atraindo mais de 2,5 bilhões de dólares em investimentos. A metodologia aplicada é baseada em design thinking e prototipagem rápida, conduzindo os participantes por um processo estruturado: compreensão profunda do problema, ideação, desenvolvimento, mentoria especializada e apresentação final.
Esse modelo já demonstrou sucesso em diversos continentes e agora chega ao Brasil com o mesmo propósito: acelerar a inovação e enfrentar desafios complexos na saúde por meio da inteligência coletiva.
As Trilhas: Dando voz ao que permanece em silêncio
Algumas das ameaças mais perigosas à saúde humana são aquelas que não conseguimos enxergar até que seja tarde demais. Doenças silenciosas se desenvolvem de forma lenta, sem sintomas evidentes, mas com consequências muitas vezes irreversíveis — até fatais. No MIT Hacking Medicine Brazil 2025, o foco estará em dois desses desafios silenciosos e urgentes. Mais do que um hackathon, esta é uma convocação para imaginar, desenhar e construir o futuro da intervenção precoce, do cuidado personalizado e da transformação dos sistemas de saúde.
Trilha 1: MASH – Esteato-hepatite associada à disfunção metabólica
A MASH é uma condição hepática progressiva e muitas vezes silenciosa, que representa um estágio avançado da doença hepática gordurosa. Neste ponto, o acúmulo de gordura no fígado desencadeia inflamação nas células hepáticas, o que pode levar a danos mais graves. Essa inflamação aumenta o risco de fibrose, cirrose e até câncer de fígado, caso não seja diagnosticada e tratada precocemente. Atualmente, milhões de pessoas desenvolvem gordura no fígado sem saber.
Mas a MASH não afeta apenas o fígado: ela também é um forte indicativo de eventos cardiovasculares, elevando o risco de infartos e AVCs, especialmente quando associada à obesidade, diabetes tipo 2 e outras alterações metabólicas.
Nesta trilha, os participantes vão explorar formas de detectar e agir mais cedo. Quais ferramentas, tecnologias ou estratégias poderiam viabilizar triagens em larga escala? Como rastrear a progressão da doença, personalizar o cuidado ou capacitar os pacientes para agirem antes que seja tarde?
Trilha 2: Inflamação como Fator de Risco Cardiovascular
As doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte no mundo. Ainda assim, mesmo pacientes que controlam colesterol e pressão arterial podem sofrer infartos e AVCs. Por quê? Porque falta uma peça essencial nesse quebra-cabeça: a inflamação crônica.
Essa trilha desafia os participantes a enfrentarem um tema que a medicina só começa a compreender plenamente. Como detectar o risco inflamatório precocemente? Que ferramentas ou abordagens poderiam integrar a inflamação nas estratégias de prevenção, nas rotinas de cuidado ou na saúde digital? Imagine soluções que ajudem a transformar a cardiologia – de reativa a verdadeiramente preditiva e preventiva.
O objetivo em ambas as trilhas é o mesmo: Estimular a criação de soluções ousadas, embasadas em evidências e centradas nas pessoas, capazes de gerar impacto real para pacientes, profissionais e sistemas de saúde.
Quem pode participar?
O evento é aberto a profissionais e estudantes das áreas de:
- Saúde: medicina, enfermagem, fisioterapia, ciências biomédicas
- Tecnologia: desenvolvimento de software, engenharia, ciência de dados
- Negócios: administração, empreendedorismo, consultoria
- Design: UX/UI, design de serviços, design de produto
Se você é um(a) clínico(a) experiente, empreendedor(a) de tecnologia ou estudante apaixonado por impacto social, o MIT Hacking Medicine Brazil é o lugar ideal para contribuir, se conectar e inovar.
Uma jornada colaborativa
Durante os três dias, os participantes passarão por seis etapas estruturadas:
- Imersão no desafio e definição do problema
- Formação de times
- Ideação e desenvolvimento das soluções
- Mentoria com especialistas do MIT, Einstein e parceiros
- Apresentações finais para um painel avaliador
- Premiação e reconhecimento das melhores equipes
Pronto(a) para cocriar o futuro da saúde?
As inscrições já estão abertas! A participação é gratuita, mas as vagas são limitadas e sujeitas a processo seletivo. Todos os selecionados devem se comprometer a participar integralmente do evento, de 5 a 7 de setembro, em São Paulo.
Inscreva-se agora em: www.eretz.bio/mit-einstein