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Mapeamento da Jornada do Paciente como Diferencial Estratégico para a Indústria

05/11/2025 Mapeamento da Jornada do Paciente como Diferencial Estratégico para a Indústria

A “jornada do paciente” passou de um conceito auxiliar para uma alavanca central da estratégia da indústria farmacêutica. Em um contexto no qual valor significa melhores desfechos clínicos, menor custo, maior adesão e experiência do paciente, não basta apenas desenvolver um medicamento eficaz: é necessário mapear o paciente desde os primeiros sintomas ao pós-tratamento.

Os avanços nas tecnologias de monitoramento remoto de pacientes (RPM – Remote Patient Monitoring), nas plataformas digitais de suporte e nas exigências por evidência têm alterado profundamente como essa jornada deve ser compreendida e como as empresas farmacêuticas podem intervir para criar vantagem competitiva. A seguir, discutimos o que essa transformação significa para as áreas de Acesso, Inovação e Produto da indústria farmacêutica, com base em evidências e análises recentes.

 

Tradicionalmente, o foco da indústria se limitava ao momento da prescrição: o paciente identifica o sintoma, vai ao médico, recebe o medicamento e espera-se que o tratamento siga seu curso. Porém, sabemos que entre a prescrição e o resultado clínico existem múltiplas lacunas: diagnóstico tardio, barreiras de acesso, abandono precoce, falta de acompanhamento e falhas na persistência. Além disso, para a própria indústria, há incertezas importantes após o lançamento de um produto, como o entendimento do seu posicionamento no mercado, a necessidade de proximidade com profissionais de saúde, o racional clínico que orienta a prescrição e o impacto efetivo das estratégias de acesso na adoção e na continuidade do tratamento. Mapear a jornada do paciente significa tornar visíveis esses intervalos e criar intervenções que reduzam essas perdas.

 

Uma revisão sistemática publicada em 2024 na NPJ Digital Medicine¹ analisou 29 estudos em 16 países sobre intervenções de RPM e concluiu que essas tecnologias promovem ganhos em segurança e adesão, com redução consistente de hospitalizações, readmissões, tempo de permanência hospitalar e custos não-hospitalares. Outra análise recente da Journal of Medical Internet Research (JMIR)² reforça que expandir o cuidado para além da consulta presencial amplia acesso, engajamento e qualidade assistencial – pilares que impactam diretamente resultados econômicos e clínicos.

 

Para farmacêuticas, esse conjunto de evidências abre três caminhos imediatos:

 

  • permitir intervenções nos momentos críticos da jornada (especialmente no início do tratamento, quando o risco de abandono é maior);
  • fortalecer a narrativa de valor perante pagadores ao conectar tratamento à redução de custos e re-hospitalizações;
  • construir modelos que integrem medicamentos a soluções de saúde digital – ampliando o horizonte competitivo para além da prescrição.

 

O avanço do ecossistema de dados também redefine como essa jornada deve ser gerida. Relatórios de mercado mostram que o RPM deve praticamente dobrar até 2030, impulsionado por incentivos de reembolso, tecnologias conectadas e aumento das condições crônicas³. Porém, uma revisão metodológica publicada recentemente pela JMIR⁴ alerta que avaliações econômicas em saúde digital ainda carecem de padronização e rigor, com grande heterogeneidade de métricas. Isso indica que há espaço (e necessidade) para que a indústria lidere a geração de evidências do mundo real (RWE) e estudos de economia da saúde, fortalecendo a demonstração de valor dos tratamentos no cenário real de cuidado.

Quando a jornada é monitorada com dados contínuos, através da adesão, persistência, eventos adversos e satisfação, o medicamento deixa de ser avaliado apenas na dimensão do ensaio clínico e passa a gerar valor comprovado. Essa mudança favorece negociações de acesso, posicionamento de preço e diferenciação em mercados competitivos.

Outro aspecto crítico é que a jornada do paciente não é única. Ela se fragmenta em micro-jornadas conforme doença, perfil socioeconômico, sistema de saúde e engajamento digital. Na oncologia, por exemplo, estudos recentes mostram que a combinação de inteligência artificial e monitoramento remoto tem permitido identificar sub-etapas muito específicas, como sintomas entre ciclos, toxicidades tardias e necessidades dos sobreviventes⁵.

Essa segmentação abre margem para intervenções mais precisas ao longo do tempo: reforços de adesão no terceiro mês de tratamento (período crítico para desistências), apoio emocional em fases de instabilidade clínica, integração de cuidado multidisciplinar. Quando a indústria entende essas sutilezas, ela deixa de atuar de forma reativa e passa a prever e prevenir barreiras individuais, ampliando impacto terapêutico e fidelização.

Apesar do potencial, a implementação bem-sucedida dessa visão exige cautelas. Revisões de percepções de profissionais de saúde sobre RPM identificam benefícios claros: maior confiança do paciente e prevenção de complicações – mas também barreiras significativas, como sobrecarga de dados, falta de interoperabilidade com prontuário eletrônico, privacidade e custo⁶. O RPM só gera crescimento sustentável quando acoplado a fluxos clínicos estruturados, com responsabilidades definidas para resposta aos alertas e engajamento interdisciplinar.

 

Esses desafios podem ser evitados se a indústria incorporar três premissas fundamentais:

 

  • integração com stakeholders de cuidado (médicos, hospitais, operadoras);
  • combinação equilibrada de apoio humano e tecnologia;
  • adaptação às barreiras e regulações locais – como conectividade, variação de infraestrutura, necessidades do SUS e compliance com LGPD.

 

Para gestores de Acesso, Inovação e Produto na indústria farmacêutica, essa evolução da jornada não é apenas retórica, e sim, uma mudança estrutural na forma como valor é construído, demonstrado e percebido. Ao coordenar o cuidado antes, durante e depois da prescrição, a indústria facilita o diagnóstico precoce, reduz subtratamentos, melhora persistência e comprova resultados em mundo real.

 

Em síntese: ganha quem se responsabiliza pela jornada como um todo, não apenas pelo medicamento. As empresas que liderarem essa transição terão vantagem concreta: maior acesso, posicionamento estratégico, crescimento sustentável e preferência dos decisores de saúde. O futuro do setor pertence a quem enxerga que o sucesso do tratamento só se materializa quando o paciente chega ao final da jornada com qualidade.

Nesse contexto, a Eretz.bio atua para que essa evolução aconteça na prática; conectamos indústria, tecnologia e cuidado clínico, apoiando iniciativas que ampliam acesso, adesão e experiência do paciente ao longo de toda a jornada.

Saiba mais sobre as nossas soluções de mapeamento de jornada do paciente para indústrias farmacêuticas clicando aqui.

 

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